Monday 15 August 2022

PORQUE REDUZIR A SEMANA DE TRABALHO E MELHOR DO QUE A RENDA BASICA tema para discussao fonte: therealmovement-wordpress.com

Se voce acompanha meu blog regularmente, sabe que sou um obstinado oponente da renda basica universal. Por razoes que nao vou me dar o trabalho de entrar aqui, incluindo o apoio a essa ideia idiota por pessoas que todos sabem que nao desejam ver a posicao material da classe trabalhadora melhorada, cheguei a conclusao que a renda alternativa  que defendi e uma reducao geral das horas de trabalho; uma politica que por sua propria natureza nao pode ser usada em beneficio da classe capitalista. Deixa me defender a reducao das horas de trabalho e por que menos trabalho e muito superior ate mesmo a uma proposta generosa de renda basica. Se cada trabalhador trabalha 8 horas por dia e cinco dias por semana, contribui com um total de 40 horas por semana. A oposicao a reducao das horas de trabalho baseia-se em varias falacias que precisam ser refutadas. Primeiro, os economistas e os capitalistas querem que acreditemos que quarenta horas e uma semana de trabalho social "normal". Por algumas razoes eles querem que acreditemos que um trabalho nao pode ser dividido em pacotes menores ou maiores. As semanas de trabalho nao podem ser, por exemplo, cinquenta horas, setenta e duas horas, trinta horas ou vinte horas. Mas isso e verdade? Ninguem na historia trabalhou mais do que quarenta horas? Claro que nao. As semanas de trabalho chegaram a setenta e duas horas. Sim, trabalhamos mais de quarenta horas, mas e quanto a menos horas? Uma semana de trabalho de trinta ou vinte horas e economicamente impossivel? A questao e relevante porque com uma populacao de trabalhadores desempregados em sua maioria negros, pardos, mulheres e mais jovens, com jornada de vinte horas semanais, um trabalhador de quarenta hora pode ser substituido por dois trabalhadores. Uma vez os empregos nao vem em pacotes indivisiveis de quarenta horas, nao ha razao para que nao possamos reduzir drasticamente o desemprego entre, por exemplo jovens afros americanos, reduzindo horas e atraindo o vasto exercito de reserva de trabalho (talvez chegando a 100 milhoes de pessoas nos EUA) em emprego produtivo. E, podemos fazer isso sem erguer muros de fronteiras ou expulsar trabalhadores migrantes. Alem disso, como muitos analistas observaram, reduzir o desemprego tem o beneficio de reduzir a competicao entre os trabalhadores para vender sua forca de trabalho e facilitar a organizacao e combinacao sindical entre a classe trabalhadora. Como a reducao das horas de trabalho reduz o desemprego, uma semana de trabalho mais curta nao pode deixar de perturbar as relacoes entre as duas classes da sociedade em favor da classe trabalhadora. Falando do provavel impacto que o pleno emprego tem na organizacao da classe trabalhadora, o queridinho da esquerda, Kalecki, da a reducao da concorrencia como a razao pela qual ha tanta resistencia ao pleno emprego entre os capitalistas: "...Ja consideramos as razoes politicas para a oposicao a politica de criacao de emprego por gastos governamentais. Mas mesmos que essa oposicao fosse superada - como pode ser sob a pressao das massas - a manutencao do pleno emprego provocara mudancas sociais e politicas que dariam um novo impulso a oposicao dos lideres empresariais. Com efeito, num regime de pleno emprego permanente, a "demissao" deixaria de desempenhar o seu papel de medida diciplinar. A posicao social do patrao seria minada, e a auto confianca e a consciencia de classe da classe trabalhadora cresceria. Greves por aumentos salariais e melhorias nas condicoes de trabalho criariam tensoes politicas. E verdade que os lucros seriam maiores sob um regime de pleno emprego do que sao, em media, sob o laissez-faire, e mesmo o aumento dos salarios resultante do maior poder de barganha dos trabalhadores tem menos probabilidade de reduzir os lucros do que de aumentar os precos e, portanto, afeta negativamente apenas os interesses rentistas. Mas a "disciplina nas fabricas" e a "estabilidade politica" sao mais apreciadas do que os lucros pelos lideres empresariais. Seu instinto de classe lhes diz que o pleno emprego duradouro e doentio do ponto de vista deles, e que o desemprego e parte integrante do sistema capitalista". Embora eu nao concordo totalmente com o argumento de Kalecki a favor do pleno emprego, dado o impacto potencial que a reducao da concorrencia por empregos tem de perturbar as relacoes capitalistas de producao, e facil ver por que a resistencia politica do capital a qualquer reducao das horas de trabalho e consistentemente determinada. Mas importante, porem, e o fato de que menos horas de trabalho devem por si so, reduzir os lucros totais dos capitalistas no curto prazo, porque o proprio trabalho e a fonte de todos os lucros. Menos tempos de trabalho para os trabalhadores equivale a menos lucros para os capitalistas. Com a perspectiva de uma maior combinacao entre os trabalhadores e enfrentando uma erosao potencialmente grave dos lucros, e perfeitamente compreensivel por que o capitalista se opoem veermente a uma semana de trabalho mais curta. Voce nao obtem esse golpe proletario duplo com a renda basica. Que objecao poderia haver na esquerda a luta pela reducao da semana de trabalho? Para ser honesto, a esquerda tem sido tudo menos entusiasmada com a ideia de menos horas de trabalho. A resposta para esse quebra-cabeca pode ser encontrada olhando para o programa mais popular da esquerda: renda basica. Com renda basica universal a objecao a menos horas de trabalho se torna um pouco mais obvia. Os salarios vem caindo ha quase cinco decadas e a pobreza esta aumentando implacavelmente. Junto vem essa proposta de reducao de horas de trabalho e a objecao e obvia: a reducao das horas de trabalho significa uma reducao nos salarios monetarios. Se eu ganhar $10 por hora e trabalhar quarenta horas por semana ganho $400 por semana. Reduza minhas horas de semana para vinte eu so ganharei $200 por semana. Com menos dinheiro no meu salario, o que acontece com o meu aluguel, minhas despesas basicas, transporte, cartao de credito, etc. Em outro texto, argumentei que reduzir horas de trabalho e deflacionario - menos trabalho na verdade reduz os precos capitalistas de producao - mas isso nao e relevante para a discussao. Suponha que eu tenha conta de $350 por semana e renda de $400. Se a semana de trabalho for reduzida, minha renda caira para apenas $200 por semana se minha horas forem cortadas pela metade, enquanto meu custo de vida e ainda de $350. Isso deve ocorrer imediatamente a quem ouvir pela primeira vez uma proposta para reduzir as horas de trabalho. E uma objecao completamente compreensivel, que deve ser reconhecida: a pobreza faz que com menos horas de trabalho parecam financeiramente dificeis.Por outro lado, milhoes de negros, pardos, mulheres e jovens, estao completamente excluidos do emprego produtivel e nao tem renda alguma. Nao vejo razao para privilegiar as preocupacoes financeiras dos atualmentes empregados em detrimento dos desempregados. Precisamos descobrir como lidar com essa preocupacao mas as contas daqueles que tem empregos hoje nao devem ser nossa primeira preocupacao e precisamos declarar isso diretamente. Os empregados nao tem poder de veto sobre os esforcos para melhorar as condicoes materiaid de toda a classe. Seria o pior tipo de racismo e sexismo privilegiar aqueles que tem empregos sobre os que nao tem; para nao mencionar  estupidez absoluta de bloquear os jovens trabalhadores mais energicos por anos e negar-lhes experiencias de trabalho. Afinal, quem vai cuidar de nossos ultimos anos, se nossos filhos permanecerem fora da forca de trabalho por decadas? Existe uma especie de solucao para a objecao de que somos pobres demais para trabalhar menos e essa solucao deve agradar ate mesmo o mais comprometido defensor na esquerda da rends universal basica: a reducao da semana de trabalho para vinte horas deve ser acompanhada pela abolicao de todos os impostos sobre os salarios e consumos. No argumento acima, presumi que um trabalhador que ganha $400 por semana levava para casa $400. Claro que todos sabemos que isso nao ocorre: o trabalhador so recebe o que sobrou do seu salario depois que os fascistas recebem sua parte. Se, reduzindo a semana de trabalho, eliminamos todos os impostos federais, estaduais e municipais sobre salarios e consumo, isso aliviaria muito o problema de que somos pobres demais para trabalhar menos. A eliminacao de todos os impostos sobre os salarios e consumo corrige outro grande problema sobre a qual a esquerda queixa ha muito tempo: cortes de impostos para os ricos: se os fascistas querem financiar seu fascismo, deixe-os taxar os capitalistas como a esquerda espera. A demanda por menos horas de trabalho inclui ha muito tempo a demanda por nenhum corte nos salarios. Com uma parcela enorme e crescente do PIB indo para o setor publico, a demanda por menos trabalho sem reducao de salario e facil de satisfazer.  Finalmente, a melhor parte de acabar com todos os impostos sobre os salarios e que ele e satisfeito as custas do estado de seguranca nacional combinado - o maior item orcamentario unico em Washington e outra questao contra a qual a esquerda luta ha muito tempo. Se os fascistas querem financiar suas guerras estrangeiras de agressao, deixe-os guarnecer os lucros dos Trumps Bidens para pagar isso. Ao contrario da demanda mais popular por renda universal basica, com uma reducao de horas de trabalho podemos: 1. acabar com todo o desemprego; 2. prejudicar os lucros do capital; 3. reduzir os precos de bens e servicos; 4. aumentar a unidade, organizacao e consciencia de classe da classe trabalhadora; e 5. reverter os gastos militares e policiais atualmente irrestritos diretamente em tempo livre.Deixe me ver vc realizar tudo isso com a renda basica universal

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